A Mosca
Voa rápido pela janela,
Adentrando orifícios,
Que a própria tela,
Não daria conta disso.
Vai até a lua,
Por saber que
Quando flutua,
Passa a morrer.
Caindo feito
Aquele anjo
Que deu um jeito,
Para criar outro plano.
Zumbindo e avançando,
Passando pelos telhados,
Sem presentes no fim de ano,
Pousando nos tetos desavisados.
O mundo é sua casa,
Pois ocupa esse espaço,
Sua casa não é o mundo,
Ele não cabe nessa morada,
Vai além do concentrado,
Engole esse pequeno tudo.
Na sacada suicida,
Mergulha rumo ao solo,
Se agita na descida,
Passando rente aos polos.
Descobridor moderno,
Enfurecido pelas distâncias,
Conhece lugares secretos,
Revelados aos com infância.
Sua condição passageira,
Faz com que povoe
Em abundância de maneiras,
Para que nos abismos ecoe.
Singelas larvas que na carne
Pútrida dos corpos expostos,
Se alimente diante do alheio desastre,
Para poder flutuar quando restar apenas ossos.
Seres alados que habitam os céus,
Competindo com uma população
Muito mais numerosa, ao léu,
Com uma vida de curta duração.
E no microscópio da vista,
Ser captada e capturada,
Por uma pancada sacudida,
Deixada sem vida, esmagada.