Sensações
O amor é a doçura,
Da textura dos lábios,
Que esconde amarguras,
Em uma boca de fresco hálito.
O ódio amarga,
Nos corações rebeldes,
Um gosto com língua intacta,
Fazendo a mente sentir reveses.
O carinho com seu jeito,
Apalpando delicadamente,
Assume um caráter meigo,
Aconchegando o carente.
Na fúria a cólera,
Que transborda em gestos,
Sentindo-se estóica,
Rígida com golpes enérgicos.
Com a paixão arrebatamos,
O corpo levado de prazeres,
Elevado a outro e magnífico plano,
Com Eros ordenando os deveres.
Na angústia a crisálida,
Do que se encolhe,
Em busca da morada,
Do útero que não mais acolhe.
Pela tristeza desintegramos,
Escorremos no choro,
Que ressentido derramamos,
Como se a vida fosse um sopro.
De volta ao amor mais profundo,
Que faz uma natureza outra surgir,
União de almas que chega ao absurdo,
Máxima felicidade que tenta nutrir.
O medo estremece as bases,
Faz temer o desconhecido,
Agita e salienta contrastes,
Você como seu maior inimigo.
O que dizer do pânico,
Que sufoca por dentro,
Sem lágrimas se faz pranto,
Um parasita que é veneno.
Na felicidade aceitamos
Os momentos de alegria,
Mais leves à noite deitamos,
Com a esperança do novo dia.
Vem a preguiça,
Dando uma moleza,
Não anima,
Dizer suas proezas.
A solidão abraça o ócio,
Companheiros na miséria,
Não buscam um próximo,
Mas se unem por pilhéria.
Chega a loucura,
Uma desvairada,
Não exige frescuras,
Regozija a cada passada.
E para o amor retornamos,
Com o desejo mais forte,
Dos que conseguem encantos,
Em cada instante de morte.