Sensações

O amor é a doçura,

Da textura dos lábios,

Que esconde amarguras,

Em uma boca de fresco hálito.

O ódio amarga,

Nos corações rebeldes,

Um gosto com língua intacta,

Fazendo a mente sentir reveses.

O carinho com seu jeito,

Apalpando delicadamente,

Assume um caráter meigo,

Aconchegando o carente.

Na fúria a cólera,

Que transborda em gestos,

Sentindo-se estóica,

Rígida com golpes enérgicos.

Com a paixão arrebatamos,

O corpo levado de prazeres,

Elevado a outro e magnífico plano,

Com Eros ordenando os deveres.

Na angústia a crisálida,

Do que se encolhe,

Em busca da morada,

Do útero que não mais acolhe.

Pela tristeza desintegramos,

Escorremos no choro,

Que ressentido derramamos,

Como se a vida fosse um sopro.

De volta ao amor mais profundo,

Que faz uma natureza outra surgir,

União de almas que chega ao absurdo,

Máxima felicidade que tenta nutrir.

O medo estremece as bases,

Faz temer o desconhecido,

Agita e salienta contrastes,

Você como seu maior inimigo.

O que dizer do pânico,

Que sufoca por dentro,

Sem lágrimas se faz pranto,

Um parasita que é veneno.

Na felicidade aceitamos

Os momentos de alegria,

Mais leves à noite deitamos,

Com a esperança do novo dia.

Vem a preguiça,

Dando uma moleza,

Não anima,

Dizer suas proezas.

A solidão abraça o ócio,

Companheiros na miséria,

Não buscam um próximo,

Mas se unem por pilhéria.

Chega a loucura,

Uma desvairada,

Não exige frescuras,

Regozija a cada passada.

E para o amor retornamos,

Com o desejo mais forte,

Dos que conseguem encantos,

Em cada instante de morte.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 15/01/2014
Código do texto: T4650574
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