Rock

Falam sobre ritmo,

Gosto musical,

Existe algo mais que isso,

Quando dizemos gostar de tal.

O rock é forte,

Atravessa gerações,

Não segue certos moldes,

Herança que toma corações.

Sabemos da sua origem,

Já ligada à contestação,

É burguesa, alguns dizem,

Mas outras também o são.

Não desvalorizo de onde veio,

Admiro da mesma forma,

Culturas africanas em nosso meio,

Devemos a esse continente a História.

Me apego aos embalos negros,

Jazz, funk, soul, blues e outros tantos,

Aquela percussão que alguns tem medo,

É uma força de dois lados, diabos e santos.

Raul Seixas já decretou,

Que é coisa do Diabo,

O nosso fofo atiçou,

Agora estamos tomados.

No mosh expressamos,

Nossa selvageria,

Feito índios de outros cantos,

Tribos ali no meio reunidas.

Culturas distintas misturadas,

O punk, com seus cabelos espetados,

O metaleiro com cabeleira irada,

O skinhead que raspa e ocupa o espaço.

Misturam muitas ideologias,

Nazismo, racismo e outras merdas,

Mas o som foda abafa as minorias,

Unidos os headbangers são uma festa.

De diversos cantos do mundo,

Revolucionando com categoria,

Expondo nas letras homens corruptos,

Enfrentando nas ruas a agressiva polícia.

Uma legião, como demônios que somos,

Vestidos da forma que conviver,

Embora o preto se propague em vários pontos,

Muitos depressivos começam a se reerguer.

Ainda que o suicida,

Resolva usar a música,

Como sentimento-isca,

Terá vivido sem frescura.

Lutando contra ou a favor,

Das religiões expressas,

Movendo povos com fervor,

Para distâncias além de léguas.

Os dedos erguidos,

Como os cornos,

Do pentagrama rijo,

Que marca os corpos.

Os spikes protegem,

São armaduras de guerra,

Na batalha dos que seguem,

A fúria das guitarras-feras.

O solo é longo e belo,

Mas os riffs me estimulam,

Saio logo do sério,

Um ritual dos que escutam.

A bateria destrói os tímpanos,

As cabeças quase saem dos pescoços,

Os heróis tocam no altar, ao vivo,

A multidão se espreme e o grito é nosso.

As mulheres headbangers são únicas,

Porque não ligam para modelos patricinhas,

Andam como querem e são chamadas putas,

Mas tem atitude, o que falta nas mocinhas.

As tribos demonstram nas estampas,

Algo que vai além de estereótipos cansados,

Sabem que modista não sabe com quem anda,

Mas o rockeiro já tem o seu caminho traçado.

As tatuagens servem de guia,

Muitas vezes, a aparência foram associadas,

Os bares repletos de estampas sombrias,

Pessoas de fora dirão que são gente macabra.

Mas os baixos voltarão a tocar,

Os teclados dedilhados,

Os vocais rasgando ao soar,

Os palcos novamente tomados.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 02/01/2014
Código do texto: T4634133
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