Anima
Sobre a alma,
Ouço a falar,
Mas na calma,
Tende a assombrar.
Basta olhar,
Naqueles olhos de cadáver,
Que irá conseguir enxergar,
Que falta algo ali, isso é verdade.
Por mais que consiga,
Conviver com alguém,
Quando a morte física,
Toma conta vai além.
Continua o recipiente,
Feito uma casca,
Abandonada e deprimente,
O que resta não é nada.
O morto está li,
Bem diante da visão,
E nós bem aqui,
Privados perante a emoção.
Enxergamos os despojos,
Uma borboleta solta,
Com o casulo caído no solo,
O ente deixou de ser ostra.
O carinho se acolhe,
Mas não naquela roupagem,
O brilho sumiu na morte,
Sobra pouco da porcentagem.
O contato foi desfeito,
Nada mais ali anima,
A decomposição é efeito,
Dilui a matéria para a vida.