Anima

Sobre a alma,

Ouço a falar,

Mas na calma,

Tende a assombrar.

Basta olhar,

Naqueles olhos de cadáver,

Que irá conseguir enxergar,

Que falta algo ali, isso é verdade.

Por mais que consiga,

Conviver com alguém,

Quando a morte física,

Toma conta vai além.

Continua o recipiente,

Feito uma casca,

Abandonada e deprimente,

O que resta não é nada.

O morto está li,

Bem diante da visão,

E nós bem aqui,

Privados perante a emoção.

Enxergamos os despojos,

Uma borboleta solta,

Com o casulo caído no solo,

O ente deixou de ser ostra.

O carinho se acolhe,

Mas não naquela roupagem,

O brilho sumiu na morte,

Sobra pouco da porcentagem.

O contato foi desfeito,

Nada mais ali anima,

A decomposição é efeito,

Dilui a matéria para a vida.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 30/12/2013
Código do texto: T4631040
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