Arte de Mandar Tomar no Cu
A arte de mandar,
Tomar no cu alguém,
Exige uma perícia,
Que nem todos tem.
Não é apenas levantar,
Aquele dedo do meio,
Isso qualquer um faz,
Precisa de mais traquejo.
Utilizar polegar e indicador,
Para desenhar um perfeito ânus,
Não é algo muito encantador,
São pregas diferentes das de Vênus.
Enche a boca com essa
Palavra que é mínima,
Mas que diz coisa à beça,
Mudando uma vida.
E dizem que o cu tem olho,
E é deficiente por ser cego,
Deixando o xingado nervoso,
Torna-se um grande despautério.
Toma ré força de expressão?
Alguns dizem fazer de canudinho,
Imagino aquele rabo abertão,
Sendo sugado por um tubo fininho.
E mandamos que tomem no próprio,
Não oferecemos o nosso,
Nem dizemos o de outro, é impróprio,
Que seja servido do vosso.
Como se soubéssemos o quanto é ruim,
E ofertamos o da própria vítima,
Sendo fodido de todas formas até o fim,
Eis a grande sacada dessa rebeldia.
Por mais que fique indignado,
O agredido perde a reação,
Como negar o próprio rabo,
Por mais que seja uma curração.
Se devolver,
Não pode ofertar o seu,
Manda tomar outra vez,
Passando pra quem ofendeu.
Muitos resolvem o dilema,
Dando logo uma porrada na cara,
A coisa ganha um novo sistema,
Violência para resolver a parada.
Para muitos o cu é sagrado,
Portanto cuidando em dizer isso,
Pode magoar quem senta no rabo,
A conseqüência pode não ser previsível.
Na boca das crianças que fica bonito,
Sai de forma sincera e livre,
Os moralistas não podem calar os filhos,
Quem nunca mandou ainda não vive.
Vai tomar no seu cu leitor,
Mas naquele sentido
Que fazemos sem temor,
Algo dito entre amigos.