Geografia dos Corpos

Percorrer,

Quilômetros,

De pele, ceder

Aos fenômenos.

Os pelos arrepiados,

Com o toque leve,

Os pubianos molhados,

Sexo das espécies.

Os cabelos sobre o rosto,

Penhasco sobre o nariz,

A boca é um fosso,

Provando o gozo em chafariz.

Os seios tesos,

Feito morros,

De vales frescos,

Pedindo socorro.

Rio de suor,

Que desce até o umbigo,

Algo de melhor e pior,

As curvas com certo perigo.

As vistas são oráculos,

Despencando orvalhos,

Cascata de frascos,

Derramados dos cílios-galhos.

As mãos são plantas carnívoras,

Sufocando quem em suas palmas,

Estiver de forma atrevida,

Esmagados até que esprema a alma.

Cada ácaro sabe a grande distância,

Fora o fluxo envolto nessa curva,

Chamamos organismo em 1ª instância,

A falsidade da essência que é gruta.

Dois corpos juntos,

São trocas incomensuráveis,

Buscando um futuro,

Unidos por suas variáveis.

O pênis ereto,

Uma catapulta,

Lançando dejetos,

O sêmen que ejacula.

Um vulcão em erupção,

Que acolhido na vagina,

Como terremoto em ação,

Movimento de texturas mínimas.

Bocas e línguas e sangue,

Secreções misturadas em chuva,

Enxurrada que é constante,

Desastre desejado por doce luxúria.

Os gemidos são trovões,

Anunciado a tempestade,

Lubrificações e ereções,

Cada detalhe é novidade.

As florestas de pelos,

Abrigando os aracnídeos,

Um mundo de medos,

Em cada dobra um perigo.

Um “eu te amo”,

Com orgasmos múltiplos,

Aqui não existem santos,

Apenas animais em fluxo.

A natureza grita na libido,

A verdadeira liberdade,

Geografia de corpos vivos,

Esquecendo da morte na felicidade.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 19/12/2013
Código do texto: T4618473
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