Geografia dos Corpos
Percorrer,
Quilômetros,
De pele, ceder
Aos fenômenos.
Os pelos arrepiados,
Com o toque leve,
Os pubianos molhados,
Sexo das espécies.
Os cabelos sobre o rosto,
Penhasco sobre o nariz,
A boca é um fosso,
Provando o gozo em chafariz.
Os seios tesos,
Feito morros,
De vales frescos,
Pedindo socorro.
Rio de suor,
Que desce até o umbigo,
Algo de melhor e pior,
As curvas com certo perigo.
As vistas são oráculos,
Despencando orvalhos,
Cascata de frascos,
Derramados dos cílios-galhos.
As mãos são plantas carnívoras,
Sufocando quem em suas palmas,
Estiver de forma atrevida,
Esmagados até que esprema a alma.
Cada ácaro sabe a grande distância,
Fora o fluxo envolto nessa curva,
Chamamos organismo em 1ª instância,
A falsidade da essência que é gruta.
Dois corpos juntos,
São trocas incomensuráveis,
Buscando um futuro,
Unidos por suas variáveis.
O pênis ereto,
Uma catapulta,
Lançando dejetos,
O sêmen que ejacula.
Um vulcão em erupção,
Que acolhido na vagina,
Como terremoto em ação,
Movimento de texturas mínimas.
Bocas e línguas e sangue,
Secreções misturadas em chuva,
Enxurrada que é constante,
Desastre desejado por doce luxúria.
Os gemidos são trovões,
Anunciado a tempestade,
Lubrificações e ereções,
Cada detalhe é novidade.
As florestas de pelos,
Abrigando os aracnídeos,
Um mundo de medos,
Em cada dobra um perigo.
Um “eu te amo”,
Com orgasmos múltiplos,
Aqui não existem santos,
Apenas animais em fluxo.
A natureza grita na libido,
A verdadeira liberdade,
Geografia de corpos vivos,
Esquecendo da morte na felicidade.