Fala

Fala que fala da fala,

Que fala essa fala,

Língua que desamarra,

Chicote corre e estala.

Gravata que engasga,

Amarra e esmaga,

Garras de águia,

Ou cobra que enlaça.

Desgraça anunciada,

Consagra e disfarça,

Cala a infeliz cara,

Praga de vida falha.

Para antes que parta,

Laça e arrasta a tralha,

Mapa de rota desviada,

Navalha em sua batalha.

Chaga, feito virgem mata,

Mata o que destrói a casca,

Já que é casa que desaba,

Devasta essa vasta escarpa.

Grata como uma devassa,

Ingrata vala que pasta,

Nada que valha a massa,

Plácida em putas patas.

Pária de práticas falhas,

Várias sem soma na prática,

Catraca de parca cangalha,

Mascara feito gata que caga.

Bravata que maltrata,

Trata como vis baratas,

Bravas e ordinárias,

Tapas em faces-placas.

Praças de mágoas,

Deságua em calhas,

Malhas de rotas fadas,

Caspas largas, largadas.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/12/2013
Código do texto: T4606634
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