Fala
Fala que fala da fala,
Que fala essa fala,
Língua que desamarra,
Chicote corre e estala.
Gravata que engasga,
Amarra e esmaga,
Garras de águia,
Ou cobra que enlaça.
Desgraça anunciada,
Consagra e disfarça,
Cala a infeliz cara,
Praga de vida falha.
Para antes que parta,
Laça e arrasta a tralha,
Mapa de rota desviada,
Navalha em sua batalha.
Chaga, feito virgem mata,
Mata o que destrói a casca,
Já que é casa que desaba,
Devasta essa vasta escarpa.
Grata como uma devassa,
Ingrata vala que pasta,
Nada que valha a massa,
Plácida em putas patas.
Pária de práticas falhas,
Várias sem soma na prática,
Catraca de parca cangalha,
Mascara feito gata que caga.
Bravata que maltrata,
Trata como vis baratas,
Bravas e ordinárias,
Tapas em faces-placas.
Praças de mágoas,
Deságua em calhas,
Malhas de rotas fadas,
Caspas largas, largadas.