Movimento
A força do movimento,
Atravessa abismos,
Como um trovão em tormento,
Criando hiatos gatilhos.
Despedaça ruínas,
Reduzindo a pó,
Aprisionando a vida,
Tornando o instante tão só.
A catástrofe é catarse,
Alimentando-se de esperanças,
Humanos que são desastres,
Loucuras em forma de dança.
Ainda que tenha o sabor de nada,
A ponte é da substância da força,
Que invoca o motivo desgraça,
Onde cada um expõe seu pescoço na forca.
Já que a interrupção,
É a liberdade do morto,
Aprisionado na frustração,
Sujeito roto e sem corpo.
Eis a fúria de que move,
Negando a certeza do que fica,
Uma reta que se dissolve,
Relegada a um niilismo que edifica.