Naamah
Deusa da carnificina,
Com seus dentes metálicos,
Rasgando peles e causando feridas,
Com suas vestes de estatutário.
Desfila em uma passarela,
Onde o público te rejeita,
Fazendo uma travessia pelas trevas,
Envolta no ódio de quem te respeita.
Seu sorriso é a morte,
Sem a face de caveira,
Ninguém a teve por consorte,
Viva só por não se entregar inteira.
Aprisiona os que a fitam,
Com sua prisão de sedutoras carnes,
Ao longe pessoas gritam,
E você se diverte estripando-lhes as partes.
Seu beijo é uma mordida,
Que engole o lábio alheio,
Expondo dentes e gengivas,
Canibalizando seus parceiros.
Apodrecendo teu sexo,
Que contamina o que toca,
Causa um lento inferno,
Bebendo a lágrima de quem chora.
Eterna esfomeada,
Que faz sair dos seios,
Gotas de sangue salpicadas,
Sendo a progenitora do medo.
Os cabelos são cortina,
Que faz olhos mortais brotarem,
Hipnotizando a vítima,
Fazendo os iludidos se entregarem.
A saliva com venenos,
Adentra os poros inimigos,
Contamina os pequenos
Que ainda no berço são filhos.
Fere com a adaga de sua cólera,
Corrompendo as almas mais puras,
Todo dia procura uma próxima
Realidade que aos seus pés se curva.
Consome feito aranha,
Armando a armadilha,
Sugando com artimanha,
Expirando milhares de vidas.
Vampira vadia,
Que trepa sem amor,
Murchando valentias,
Provocando infinita dor.
Abre sua boceta em flor,
Para atrair insetos tontos,
Que pousam ao seu dispor,
Sendo despedaçados em pranto.
Ficando de quatro,
Uma cadela diabólica,
Oferecendo o rabo,
Matando a fé dos mais carolas.
Rainha da devassidão,
Que possui todos,
Por viver a profunda solidão,
Deixando os corpos rotos.
Se fará de grande súcubo,
Mas sem acabar de vez com o que vive,
Pois sua existência precisa de muito,
Faz com que algo escape. Alguém sobrevive.