Receita de doido
Chuta a rotina sem dó
Faz um teclado com os dedos
E toque nas folhas da árvore mais perto
Cavouque a terra só prá achar o molhado
E da sujeira faz uma marca primitiva no corpo
Arranque a roupa, fique nu
Vem fazer cafuné na dobradiça do ar
Um vento vai sorrir gostoso
Virando brisa suave de norte a sul
Saltita maluco em cima das águas
E sambe nas profundezas do mar
Esquece esse negócio de hora
Minuto segundo
Faz a eternidade morar no seu coração
Vire um Macunaíma misturado com Saci
E voe nas nuvens que se desmancham em formas
Seja multiforme neste espaço sem regras
A vida vai ficar divertida
E todo mundo vai te chamar de doido
Um doido feliz
Tirado do manicômio chamado sociedade