Imerso À Noite Pálida

Imerso à noite pálida, conturbada alma,

trêmula e inválida... Chicotes flamejantes

descem furiosos pelos céus negrescos, e

as trevas funestas, aprisionam-me em

cárceres nefastos, situados próximos a

uma insólita estrada. Todos nesse ambiente,

partiram estranhamente, para vilarejos

longínquos, lugares que desconheço. Não há

rastros. Nesse calor abominável, me aqueço

amargurado, junto ao limo deteriorado,

Na inexistente alvorada!

Imerso à noite pálida, conturbada alma,

trêmula e inválida... Olhos demoníacos

atrás dos arbustos, secos e cinzentos,

carregados com frutos putrificados. Fragrância

mortífera do inferno palpável, instalado em

minha mente confusa, perdida. Meu grito

angustiado, em um vento injuriado, perde

a intensidade, e extingui-se no triste partir

Ninguém! Nesse instante, ninguém pode ouvir,

Os sons tenebrosos, por seres malfeitosos,

A depressiva face da despedida.

Imerso à noite pálida, conturbada alma,

trêmula e inválida... Carnívoras pestes,

vindas das obscuras trevas, devoram os

meus pensamentos concisos, e deixam

instalados os martírios em anos sangrentos.

A macabra depressão, se alastra no calabouço

de meu inconsciente. Caminho trocando os

passos, e os maus ventos tão carrascos,

Fuzilam sem pena o meu corpo, com dezenas

de pedras a rajadas... Prossigo me arrastando,

e me apavoro com as tenebrosas gargalhadas

Já não distingo o que se passa, e nada mais

do que eu faça, irá me salvar desse castigo

tão pertinente!

Imerso à noite pálida, conturbada alma,

trêmula e inválida... O chão estremece por

minutos que não possuem fim, E nas fendas

que se formam, surge um grandioso recanto

de mortiços, com as suas cruzes negras e

sangrentas. O sangue podre infesta o mórbido

ar, entrando por minhas narinas. Abrem-se os

túmulos! Proliferam-se os acúmulos de

sentimentos depressivos, de sentimentos

temerosos. A lúgrube madrugada, vai me

castigando em teus braços tempestuosos

Não existem caminhos para percorrer! Ajoelho

aos prantos, não quero morrer! Avisto a sombra

da impiedosa morte, descendo furiosa as altas colinas.

17/03/2013