Poema Morto

Esses versos,

Já desmoronados,

Incompletos,

Por fim, adulterados.

Palavras dispersas,

Feito arqueologia,

De uma gramática incerta,

Que é História da ortografia.

Pedaços de algo,

Que um dia foi inspiração,

Largados no palco,

De uma peça em extinção.

O pó é de símbolos,

Salpicados de ícones,

O caos beira o místico,

Mas não passa de síncope.

Forças em dispersão,

Reunidas ao acaso,

Retalhos de uma oração,

Eu o autor sente asco.

Um espantalho outrora,

Agora meros farrapos,

Fragmentado na aurora,

De um dia apenas insensato.

Ainda que tenha mendigos,

A recolherem as sobras,

Suas forças deixarão reduzidos,

Os cacos da memória.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 24/02/2013
Código do texto: T4156975
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.