Quando Formos o Quê?

Ah sim.

Caminhando,

Longe de mim.

Sonhando.

Passos largos,

Que de tão curtos,

Formam poços lagos,

Com gotas de pingar mudo.

Pela relva,

Que brota,

Na cabeça selva,

O capilar chora.

Formigas trabalhando,

Carregando o fardo,

Força além do humano,

A existência nas costas, eu acho.

Brilhante no olhar,

Daquela visão estelar,

Que é universo solar,

No foco do abismo ocular.

Segredos abertos,

Um estripado de ideias,

Mentiroso sincero,

Que vive a liberdade das celas.

Recusado o virar,

Já que olha-se pra frente,

Ainda que ao girar,

Tenha as costas somente.

Bicho feito gente,

Que é coisa insignificante,

Sendo trágico sorridente,

Sepultando o que lhe é distante.

Enquanto o coração bate,

Forçando o peito,

Tendo a certeza do desgaste,

Com o tempo que é ceifeiro.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 17/02/2013
Código do texto: T4145846
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