Quando Formos o Quê?
Ah sim.
Caminhando,
Longe de mim.
Sonhando.
Passos largos,
Que de tão curtos,
Formam poços lagos,
Com gotas de pingar mudo.
Pela relva,
Que brota,
Na cabeça selva,
O capilar chora.
Formigas trabalhando,
Carregando o fardo,
Força além do humano,
A existência nas costas, eu acho.
Brilhante no olhar,
Daquela visão estelar,
Que é universo solar,
No foco do abismo ocular.
Segredos abertos,
Um estripado de ideias,
Mentiroso sincero,
Que vive a liberdade das celas.
Recusado o virar,
Já que olha-se pra frente,
Ainda que ao girar,
Tenha as costas somente.
Bicho feito gente,
Que é coisa insignificante,
Sendo trágico sorridente,
Sepultando o que lhe é distante.
Enquanto o coração bate,
Forçando o peito,
Tendo a certeza do desgaste,
Com o tempo que é ceifeiro.