O Poema Participa

Pensam que o poema,

É pura imaginação,

Que seu tema,

É sem materialização.

Digo que é um equívoco,

Pois em cada verso,

Ou melhor, leitor amigo,

Em cada letra do alfabeto.

É possível ver,

A matéria,

Basta não se deter,

Nesse ponto que te aferra.

As letras traçadas,

Vindas da caligrafia,

São de tinta fabricada,

Por indústrias capitalistas.

As mãos do que escreve,

Calejadas pela dura vida,

Dizem mais do que parece,

Abusando a lírica na ortografia.

Quanto de madeira,

Foi utilizada nessas páginas,

Impressas em fileiras,

Que causam certa lástima.

Mesmo quando não impressos,

Vistos pela força elétrica,

Na rede de computadores, um gesto,

Move uma porção de gente que não

se tem idéia.

O poema é muito material,

Invadindo lares e mentes,

O mundo fora dele, segue igual,

Muda o universo da chamada gente.

Ainda existem as tintas,

Vibrantes ou opacas,

Contornando a escrita,

Sinalizando a gramática.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/01/2013
Código do texto: T4077967
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