Saber
Sabe,
Se eu soubesse,
O que tu sabes,
Diria, vê se esquece.
Saber é muito pouco,
Sei nada, nada sei,
Me alimento desse fogo,
Que um dia me apeguei.
Se a sapiência,
Deixasse a moda,
Ainda como ciência,
Renegava sua história.
Se tivesse sabido,
Noutros tempos,
Antes desse gemido,
Que me mata, lento.
Saberia alguma coisa,
Nos dias des-iguais,
Com espírito de louça,
E memória em castiçais.
Soprando saberes,
Nas faces ignoradas,
Sem dor que chegue,
E expressão deformada.
Não sei,
O quanto custa saber,
Só sei,
Que não escolhi viver.