Poema Roto
Fede a mofo,
Esse troço,
Me dá nojo,
Não suporto.
Escrevo essa merda,
Isso que faço,
É minha tragédia,
Assim que me mato.
Amasso o papel,
Mesmo na tela,
Enrolado em carretel,
Embolado na terra.
Cuspo com vontade,
Escarro com força,
Eis minha verdade,
Faz-se de minha forca.
Xingo por infantilidade,
Esbravejando com os braços,
Cético de minha credulidade,
Não percebendo que me enlaço.
Piso esfregando os pés,
Sujando ao máximo,
Destruir é minha fé,
Desintegrando, em pedaços.
Pico com palavras,
Triturando meu cérebro,
Tendo o nada como casa,
Fazendo o destino, incerto.
Bebo dessa fonte,
Vomitando gramática,
Nunca sabendo de onde,
Vem essa minha farsa.