paranóia
paranóia
a porta está encostada
o barraco não tem chave
nem tramela
a janela
sempre aberta
não precisa toque
se mexer de leve se abre
se precisar entre
não precisa aviso
fique a vontade
deite na rede
espalhe-se e me chame
para dentro do dentro do seu quente
que já chego
e me ajeito
nos teu braços me encaixo
no seu fundo me afundo
não tem jeito
é vício
do seu veneno me sirvo
seu sumo meu consumo
em você deito e fico
em você me finco com gosto
em seu rosto me vejo
em seu beijo encanto
espelho
delírio persecutório
acessório do meu delírio
lírio
mais que maconha e cocaína
rima luva poesia e maravilha
você fornece delírio
dança e gozo
base ilógica da estrutura rígida
mistério