Escritor
Escritor
Quando a coisa se complica,
Deixamos de estar na ativa,
Nos mostramos fortes,
Mas nem sempre é o que acontece.
O coração bate, palpita,
A boca se excita,
Mas dela nada sai, falamos sem falar,
Desistimos sem lutar,
Pois neste lugar, já não tem mais onde ficar.
Virou as costas e saiu andando,
Caminhando fraco, deixando de lado aquilo que faz bem,
Sem nem direito saber quem.
Mandou flores, abriu bombons, comeu um atrás do outro,
Sem saber de quem vem,
Foi se entupindo, tomando água com gás,
Pra tentar defender você sabe quem?
Nem vai adivinhar,
Muito menos acreditar.
A coisa complicou,
E essa criatura vacilou,
O tempo girou, passou, e o planeta deixou,
Você ficar para trás.
Agora eu e você como estamos?
“Muito bem obrigado”.
Seria assim?
Se for pra ser, que seja,
“Blessed be” ou não?
Somos poesia, nos tornamos benção e maldição,
Malditíssimo, momento surreal,
Com a emoção a flor da pele de anis,
Sorrindo e chorando em um ponto,
Se amargurando e se segurando em outro,
Como eterno aprendiz.
Somos três, quatro, cinco, com historias contadas pelo cego,
Que queimou no fogo grego,
Pulou no ar, e em uma lufada errada caiu do salto,
E nos deixou a mercê da historia anacrônica,
Que se passam desde sete anos atrás,
Que continuou em cinco, parou em três e agora fazem seis.
São meses contados nos dedos do pé de uma Cicarelli.
E agora o choro vem, e se esbanja em lágrimas perdidas no espaço entre meus dedos,
Em que anéis se negam a entrar.
O sangue das veias vazam por entre unhas de uma velha senil,
Que com o coração duro, nunca soube mandar ninguém a puta que pariu.
E enquanto isso, escrevo a minha historia, a sua, a dela numa maquina velha,
Feita para quebrar seus e os meus dedos, medos.
Me lembrando da carta com cera de vela ruiva,
Feita pra selar uma letra que hoje pode não se pode ler nada,
Uma simbologia colocada num espaldar, elevada ao altar,
Divinizada sem pensar,
E que era o próprio diabo a se disfarçar.
Tu se tornou poeira estelar, sozinha no espaço sideral,
Brilhando lindamente, longe de mãos cheias de cobiças.
Infortúnio meu que se desenvolveu,
Cresceu e apareceu,
Paciência cansada, exasperada.
Causada pela ordem do caos,
Que se deixou amortizar,
E foi logo ali se martirizar.
Enquanto você come doces,
E dorme no frio do sul,
Eu queimo nesse inferno chuvoso,
Caindo uma chuva fina, que alagou meu coração,
Me causou uma emoção distinta, que foi relembrada sem pensar,
Aconteceu sem ninguém imaginar.
Daí o poema cresceu, virou épico sem nem sequer se vangloriar,
E eu besta assim, só fui acreditar,
Que você poderia amar,
E agora o amado não sou mais,
Nem amador, nem pensador,
Só fui tentar ser, um simples escritor...