Poesura

Não, não sou um poeta,

Apenas um angustiado,

Que a tudo quase degenera,

Fazendo versos inapropriados.

Mato meus pensamentos,

Em um morticínio linguístico,

Compartilho sofrimentos,

Tentando ser isso acabo naquilo.

Rimas que aprisionam,

Gramática restrita,

Formas que impulsionam,

Escritos a revelia.

Aventurando em linhas,

Que nem mesmo existem,

A formatação me oprimia,

Agora as vejo como líquen.

Raspo a superfície,

Causando ranhuras,

Há quem acredite,

Que se fazem texturas.

Risco com pincel despedaçado,

Uma tela deformada,

Tramando pequenos pedaços,

Naturezas desencontradas.

Me mato nesse tempo,

Dissolvendo em escrita,

Exponho sentimento,

Me sirvo feito fria marmita.

Este espelho é quebrado,

Olham para mim em mosaico,

Cortado por hiatos rachados,

Um presente que não foi desejado.

Coloquem a lente depressiva,

Enxerguem o choro escuro,

Endurecido no texto que grita,

Martirizando uma parte do mundo.

Fé de raciocínios perdidos,

Decompondo a canção fúnebre,

Os sem rostos amigos,

Solo de poesia insalubre.

Ansioso em ser devorado,

Doando pequenas porções,

Um pobre cardápio,

Sem grandes emoções.

Escondido entrelinhas,

Pede a revelação,

Embora insista por rebeldia,

Esotérico na ocultação.

Vivendo como cadáver,

Visto fora de si,

Sua técnica é de sutil ataque,

Tem horas que simula existir.

Falando sem ser dito,

Ditado com ausência de falar,

Um objetivo resumido,

Pronto para a margem ultrapassar.

Sólido tentando ser líquido,

Encarcerado na rigidez,

Tenta fuga pelo já lido,

Voltando ao estado de fixidez.

Jogando-se em um canto,

Em vertical estrutura,

Percebe o desencanto,

Prefere o verdejar da mistura.

Dirige-se ao centro,

Loucura substancial,

Organismo nojento,

Um dentro artificial.

Núcleo tenso,

Usando de gravidade,

Ego ciumento,

Quer ser verdade.

Engessa a expectativa,

Imobilizando o espaço,

Concentrando energia,

Pretensão em ser único traço.

Retendo ao máximo,

Centrípeto,

Profundo lago,

Fossilíneo.

Em outro extremo,

Inquieto,

Talvez desatento,

Indigesto.

Dança macabra,

Remexendo o campo,

Implorando que abra,

Desterritorializando.

Parasitando o terreno,

Fazendo metástase,

Contaminador excêntrico,

Divide-se em virais partes.

Sai em germe que influencia,

Explorando o inimaginável,

Quase não dão conta de sua tirania,

Tomados por algo estático.

Não tão petrificado,

Pois a estética visual,

Lança o ser autoritário,

Embaralhando o virtual.

Desprendendo,

Q

u

a

se caindo,

Devolvendo,

Criando a bis mos.

Na busca pela lógica,

Acaba des

fa

zen

do ——————————————————————————se,

Buscam a concórdia,

Aos poucos irão animando-se.

Mas é esquizofrenia,

Puuuuuuuuuuulllllllllllleeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmm

Nesse

BURACO

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Antes de perder a noção, do que foram, um dia…

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Algum dia…

quem sabe…

eu

me acho___________________________________________________]