Homem Fálico
O Homem Fálico,
È esse avatar freudiano,
Busca com futuro trágico,
Patriarcalismo mediano.
Nasceste expulso do ventre,
Concebido por falo paterno,
Cortaram-lhe não o umbilical pendente,
Mas um falinho externo.
Estava ligado a mãe,
Só vê mulheres como conectores,
Onde engata seu plug em relações,
Atos mecânicos de orgânicos motores.
A visão projeto falismo,
Captando a imagem alheia,
Como desejo de sexualismo,
Para saciar o falo a espreita.
Cada toque é falotípico,
Eriçando os pelos,
Sensações de escapante libido,
O corpo faz seu apelo.
Aquele umbigo,
Falo castrado,
Torna-se símbolo,
Do viril usurpado.
Boca que busca paladar de gozo,
Degustação do eretismo,
Excitação oralizante do gosto,
Secreções expelidas em ritmo.
Ouvidos sensíveis a falovibrações,
Tomando ruídos que os estupram,
Sonoridades de estimulações,
Variadas formas que pululam.
Jogos, todo um imaginário,
Mundo criado na vertical,
Universo fálico,
Tudo em forma pedestal.
Deus que é virilento,
Fecundando a realidade,
Numa esterilidade de toscos rebentos,
Fêmeas feitas de recipientes em passividade.
Animais vistos sob tal ótica,
Falinstinto animado,
Falorização da História,
Lógica de machos.
Sempre se tem essa referência,
Ter ou não ter um falo,
Ereto ou caído, rígido ou murcho, eis a diferença,
Em desgraça as fêmeas e os enfeminados.
Quem tem um precisa usar,
Instrumento de poder,
Com ele temos sadismo a saciar,
Opressão de membro ao endurecer.
Olfato de faloromas,
Cheiro acasalante,
Atesta e assanha,
Impregnação nauseante.
Sua política é falicista,
Dita a ordem,
A arquitetura imita,
Eleva-se em totem.
Esconde o ânus com violência,
O ponto fraco, o buraco castrante,
Ali ele decepa o órgão sem complacência,
Anulação ou anal solução a esse ser cortante.
Laminar signo que rompe lacres,
Cruz brandida por sacerdotes,
Monumento em obeliscos disparates,
Herança transmitida como dote.
Mesmo entre iguais,
Deve-se travar batalha,
Perde o que sucumbir aos genitais,
Rendendo-se ao outro que o ataca.
Os rebentos terão essa promessa,
Varões que irrompem as águas primeiras,
Rasgando a mãe de dentro pra fora, uma festa,
Nessa verticalização de arrombados não existem fronteiras.
Não possui cérebro,
O crânio é glande,
Esperma-encéfalo,
Cerebelo esporrante.
Incha, aumenta, cresce,
Faz-se maior para impressionar,
Muda a estética, abre em leque,
Mas continua aos céus desejando alçar.
A impressão de si é de polvo,
Milhares de tentáculos,
Mangueiras dançando feito deus hindu louco,
Ser inveteradamente fálico.