Amor Masoquista
Vamos assinar um contrato,
Você vem com fome de destruir,
Eu por ti despedaço.
Sangra-me com faca,
Deixa a lâmina cortar,
Introduz feito estaca.
Abre minha pele,
Faz jorrar rio de sangue,
Prova e me bebe.
Coloca pregos nos meus dedos,
Arranca as unhas inteiras,
Faz buracos pelo corpo inteiro.
Cospe no meu rosto,
Lasca-me grosso escarro,
Arranha com força meu dorso.
Crava as unhas feito garras,
Fazendo fissuras na epiderme,
Lanhando com suas patas.
Pinga cera de vela,
Bem aquecida,
Queimando a costela.
Pregadores nos mamilos,
Até que marque os bicos,
Depois morda pra fica r dolorido.
Bata na minha cara,
Tapas espalmados,
Socos, chutes, porrada.
Amarre-me com algemas,
Imobilize e humilhe,
Sirva-se de forma violenta.
Pisa nos testículos,
Salto de bico fino,
Furando até causar gemido.
Pegue chicote e bata,
Lanhando as costas,
Até que fique avermelhada.
Ferro em brasa marcando,
Feito animal domesticado,
Mostrando força no mando.
Puxe cabelos e pelos,
Até soltarem tufos,
Deixe queimar com gelo.
Coloque-me em posições desconfortáveis,
Provando sua urina ácida,
Fazendo-me de sua novidade descartável.
Aperte o pescoço,
Fazendo ficar sem ar,
Faça presenciar um outro.
Provoque sem deixar penetrar,
Espanque sem piedade,
Suba para em cima do peito defecar.
Mande latir,
Andar de quatro,
Faça ganir.
Coloque coleira,
Monte em cima,
Que se alimente na sujeira.
Exponha os pés,
Fazendo lamber,
Com o sapato eu vier.
Deixe os hematomas surgirem,
Minha dominatrix,
Dor e gozo, façamos se unirem.
Com folhas me corte,
Cacos de vidro me penetre,
No chão me jogue.
Bisturi causando dano,
Você proporcionando dor,
Eu só amando.
Ferro de passar me queimando,
Ácido para fervilhar,
Arame dando ponto perfurando.
Preso em cadeira de espetos,
Vazando-me em todos os lados,
Estuprado pelo ânus sem medo.
Nosso pacto de eu sentir,
Enquanto você me tortura,
Doce carrasco que só faz seduzir.
Amando em acordo,
Proprietária cruel,
Desse passivo corpo.
Grite, exerça seu poder,
Afronte traumas psicológicos,
Faça-me de escravo ao seu bel prazer.
Esfole esse falo,
Perfurando com ganchos meu peito,
Torcendo em alavanca os braços.
Sou capacho sob a sola,
Esfrega em fricção que desgasta,
Sua tirania me consola.
Coloca insetos para picar,
Animais para morderem,
Plantas para envenenar.
Enrole espinhos que enterram na carne,
Crucificando-me feito cristo sexual,
Coloque sal e pimenta na fenda que arde.
Quero te amar na imensa agonia,
Até o auge do amor em desespero,
Num orgasmo de total serventia.