AGONIA

Matias é solidão dos pés a cabeça

O peito?

O local de preferência...

As mágoas são próprias entranhas suas

Que dia-a-dia queimá-lo insistiam

Nenhuma trégua...

Trégua alguma...

Vida?

Paz?

Apenas uma possessão única!

Uma teimosia voraz!

Agonia...

Agonia...

Agonia!

A tristeza atordoava-lhe as veias

Num corpo dolorido de nenhum sim!

Aprisionado!

Carcomido...

Doentio...

Embriagado de buracos de solidão!

Não cabia nele o nada

Nem o não!

Dor mais nenhuma...

Um oco vazio

Ou qualquer coisa qualquer...

Uma dor doída sem fim

Talvez um único suspiro...

Que sempre é não!

A dor em Matias

Tanto...

Tanto lhe doía

Que seu gemido é sua própria respiração!

Quando o nada partiu

Seu corpo sorriu-lhe...

Um último riso no cantinho da boca de alívio!

GuimarãesCampos
Enviado por GuimarãesCampos em 07/09/2011
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