AGONIA
Matias é solidão dos pés a cabeça
O peito?
O local de preferência...
As mágoas são próprias entranhas suas
Que dia-a-dia queimá-lo insistiam
Nenhuma trégua...
Trégua alguma...
Vida?
Paz?
Apenas uma possessão única!
Uma teimosia voraz!
Agonia...
Agonia...
Agonia!
A tristeza atordoava-lhe as veias
Num corpo dolorido de nenhum sim!
Aprisionado!
Carcomido...
Doentio...
Embriagado de buracos de solidão!
Não cabia nele o nada
Nem o não!
Dor mais nenhuma...
Um oco vazio
Ou qualquer coisa qualquer...
Uma dor doída sem fim
Talvez um único suspiro...
Que sempre é não!
A dor em Matias
Tanto...
Tanto lhe doía
Que seu gemido é sua própria respiração!
Quando o nada partiu
Seu corpo sorriu-lhe...
Um último riso no cantinho da boca de alívio!