Serra, Serra, Serrador
Serra, Serra, Serrador,
Quantos dedos decepou?
Com a serra triturou,
Os pedaços estraçalhou.
Uma mão foi inteira,
Cortada no pulso,
A vítima em choradeira,
Quase morre é de susto.
Os Anelares, onde estão?
Fora das mãos, fora das mãos,
Nunca mais eles se saúdarão,
De uma vez por todas eles se vão.
Indicadores que antes apontavam,
Agora viraram quatro pedaços,
Divididos ao meio não mais indicavam,
Ao chão imundo estão relegados.
O rato não roeu a ropa,
Do dito rei de Roma,
Roem carnes de pessoas,
Banquete que impressiona.
O Leatherface está com inveja,
Açougue de gente de primeira,
Mas essa carne não integra,
Nenhuma canibal glutonaria.
Simplesmente o destrinchar,
Feito um peru de natal não comido,
Vale o prazer de cortar,
As partes são separadas, todo dividido.
Nessa serração não vai existir.
Operário que vira presidente,
No máximo um amputado irá resistir,
Feito vítima do Albergue que morre posteriormente.
Que serra é essa que vem vindo lá do céu?
Isso é a visão do alucinado na mesa de tortura,
Acha que o inferno é ali naquele mauzoléu,
Serrado ao meio feito show de um mágico que iluda.
E vai serrando, vai serrando, bem serradinho,
Vai sobrando possas de sangues que formam rios,
Aqueles pedaços de ossos em bocadinhos,
O cheiro de carne podre que dá asco aos focinhos.
A serra só vai parar quando deixar de ser alimentada,
Significa que precisa que o algoz seja serrado,
Mas pode ganhar vida própria e sair pelo mundo em empreitada,
Parando só quando a lâmina cega não der mais resultado.