Sou normal?

Sou normal?

Perco o que não guardei

Esqueço de me lembrar

Sou estabanada eu sei

Tropeço em qualquer lugar

Não suporto a mesmice

Minha mente é vendaval

Rompendo a superfície

Do etéreo ao absal

Não sou o que penso ser

Quando estou longe de mim

Ou penso que sou o que?

Quando nem ao menos sei dizer

Que balbúrdia é essa em fim?

Certas mentes limitadas

Deixam-me sem ação

Sou realmente pirada

Andando na contra mão

Quando uma de mim

Está no passado,

No futuro, a outra está

Quem sou eu no presente

Enquanto estou a viajar?

Um corpo sem alma,

Em sua morbidez,

Olhar pousado no nada

Mente alienada,

Entre a loucura e a lucidez

Com quem estou falando?

Qual de mim vai responder

A pirada, que em mim há?

Ou a sensata que há em meu ser?

Que balburdia é essa enfim

Está difícil de entender

Uma quer se aventurar

A outra não quer sair

Tem a que quer meditar

E a que não sabe aonde ir

Ah! Faça-me o favor

Deixe-me quieta aqui

A fera que existe em mim

Nem ousa se manifestar

Seria fuzilada enfim

Pelas normas do meu altar

Adormece uma criança em mim

em meu leito a sonhar

Mas tem alguém que conhece

Meu DNA e o meu querer

Então nele eu me encontro

Jesus, sob o seu manto

Eu sou apenas um ser

Kainha Brito

Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 08/07/2011
Reeditado em 06/10/2021
Código do texto: T3083408
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