Sou normal?
Sou normal?
Perco o que não guardei
Esqueço de me lembrar
Sou estabanada eu sei
Tropeço em qualquer lugar
Não suporto a mesmice
Minha mente é vendaval
Rompendo a superfície
Do etéreo ao absal
Não sou o que penso ser
Quando estou longe de mim
Ou penso que sou o que?
Quando nem ao menos sei dizer
Que balbúrdia é essa em fim?
Certas mentes limitadas
Deixam-me sem ação
Sou realmente pirada
Andando na contra mão
Quando uma de mim
Está no passado,
No futuro, a outra está
Quem sou eu no presente
Enquanto estou a viajar?
Um corpo sem alma,
Em sua morbidez,
Olhar pousado no nada
Mente alienada,
Entre a loucura e a lucidez
Com quem estou falando?
Qual de mim vai responder
A pirada, que em mim há?
Ou a sensata que há em meu ser?
Que balburdia é essa enfim
Está difícil de entender
Uma quer se aventurar
A outra não quer sair
Tem a que quer meditar
E a que não sabe aonde ir
Ah! Faça-me o favor
Deixe-me quieta aqui
A fera que existe em mim
Nem ousa se manifestar
Seria fuzilada enfim
Pelas normas do meu altar
Adormece uma criança em mim
em meu leito a sonhar
Mas tem alguém que conhece
Meu DNA e o meu querer
Então nele eu me encontro
Jesus, sob o seu manto
Eu sou apenas um ser
Kainha Brito