Se perguntarem ao Poeta
Se perguntardes-me quem sou
Direi não o que sou, mas o que penso de mim
Pois o que sou ainda não sei, não vi
E o que digo é o "Que Sou" que ecoou
Eu pormim me acho vasto
Sinto-me deus em Seus finos traços
Sou putrefato, bônomo, cínico
Não que me orgulhe, mas me regozijo
Afinal, de que me valem os rótulos
Oriundos das letras que escrevo, que vivo?
Se ninguém sabe se é verdade ou se minto
De nada me valem esses títulos póstumos
Se já sou morto e não mais sinto prazer
Só escrevo, guardo e pronto. Só escrevo por escrever.