Se perguntarem ao Poeta

Se perguntardes-me quem sou

Direi não o que sou, mas o que penso de mim

Pois o que sou ainda não sei, não vi

E o que digo é o "Que Sou" que ecoou

Eu pormim me acho vasto

Sinto-me deus em Seus finos traços

Sou putrefato, bônomo, cínico

Não que me orgulhe, mas me regozijo

Afinal, de que me valem os rótulos

Oriundos das letras que escrevo, que vivo?

Se ninguém sabe se é verdade ou se minto

De nada me valem esses títulos póstumos

Se já sou morto e não mais sinto prazer

Só escrevo, guardo e pronto. Só escrevo por escrever.

Leon Coimbra
Enviado por Leon Coimbra em 27/05/2011
Código do texto: T2996971
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