Poesia Edipiana

Quero castrar meu pai,

Foder minha mãe,

Um filho ou filha de mim sai,

São tantas emoções.

Me punhetizando eu inflo esse ego,

Mas se alguém vê, ou poder ver,

Logo sou captado por esse superego,

E como devo então proceder?

Me entregar a um id, é "isso"?

Ou ficar nessa triangulação?

Pirâmide que tem mistério nisso,

Um quarto elemento em ação.

São os avós lacanianos do mito,

Neuróticos e psicóticos enlouqueçam,

Se foder com pai e mãe já era dificil,

Agora que temos símbolo-fálico, esqueçam.

E o Édipo está lá no fundo,

Sempre pronto a saltar,

Não bastou o mito confuso,

Sphynx voltou pra devorar.

Só mesmo esses gregos,

Com essa coisa de matar o pai,

E fode de novo a mãe sem medo,

E no final morre, assim o oráculo se faz.

Os edipianos que me desculpem,

Mas a tragédia já fora anunciada desde o início,

Édipo rei já estava morto alhures,

Freud deveria ter captado logo o indício.

Moldar uma psicanálise nessa tragédia,

É algo bem romântico no sentido mais oitocentista,

Podemos chamar Byron e dar um festa,

Que psicólogos temos burguesmente artistas.

Voltamos a ideia de "pecado original",

O fruto proibido adâmico é a mãe que ele não teve,

Ele quis comer a mãe e fodeu seu deus paternal,

Por isso foi expulso e apareceu o Diabo como id que não conteve.

Agora quando não sentimos essa opressão familiar,

Podemos relegar jungiamente ao divino criador,

São várias formas que encontraram de nos ferrar,

Presos nessas cadeia de uma libido que edipianizou.

E vem Jesus, querem já trazê-lo castrado,

Ou quem sabe um Maomé ainda mais enrustido,

Mas o messias ocidental que não é capo,

Fodeu Maria Virgem através do pau do seu pai divino.

E chamam as mulheres de castradas, sem pinto,

As feministas estão certas em berrar,

Ou vão criar uma Édipa ou Elektra por isso,

Tudo para a mais pura desumanização conservar.

A psicanalização do falo,

E mudar para uma da vagina não resolveria,

O nosso problema é mais nefasto,

Perdemos o sentido e a solução é a esquizofrenia.