O Cu
Anal é como te chamam,
Te tratam de ralo,
Onde os degetos emanam,
Não o tem com fino trato.
Cu é o nome curto que dão,
Para essa cavidade de baixo,
Olho cego ou um olho sem visão,
Algo próximo de um hiato.
Por onde expelimos os escrementos,
Nem desejamos vê-lo,
Por isso os olhos estão em outro compartimento,
A visão ao contrário para não percebê-lo.
Mas o cu está lá, no meio da bunda,
Abre a bunda e enxergamos as pregas,
Sua forma é de ventosa, ele suga,
Por isso alguns a uma penetração não nega.
Virado pra lua ele aparece,
Para representar a Noite,
Seu sentido obscuro emerge,
Quem pensou que outro motivo fosse?
Esse ânus que faz aniversário sem palmas,
Mesmo que digam que os de alguns batam,
E suas ranhuras de hemorróidas em fauna,
Fazendo uma Lótus Negra que todos arrebatam.
Templo cultuado por toda História,
Agora com um puritanismo intocado,
Embora com excessões de área Médica,
O proctologista o torna violado.
As primeiras fissuras,
Sejam por fezes retesadas,
A dor dessa cavidade absurda,
Carne impiedosamente cortada.
Quanto nos assustamos,
Ao ver sair de lá anelídeos,
E por isso remédios tomamos,
Purificando esse ser defectível.
É de quatro que o expomos,
Deixamos esse outro umbigo de prontidão,
Se o da frente depois do nascimento fechamos,
O detrás queremos fechar mas sempre abre em ação.
E sua abertura é tímida,
Sua sucção despedaça o que defeca,
Se prende ao orgânico de forma aguerrida,
Possui apego a tudo que excreta.
Esse cu que é o buraco estéril,
Ao contrário da vagina,
Por isso é a boceta do macho infértil,
Por ele não se dá cria.
Também é a outra vagina simulada,
Por esses edipianos recalcados,
É a morte sombria deveras anunciada,
Onde o falo que entra é castrado.
Religiões antigas o adoravam como divindade,
Mas a sodomização puritana o demonizou,
Agora faz parte dos mistérios de nossa sociedade,
Um escondido forçado que a muito se revelou.