ORGIA DE SENTIMENTOS

No arrebatador silêncio que ecoa neste nosso quarto,

Me sinto tremer e desvanecer sob o ardor que emana

Desse sentimento que me fomenta, proveniente do teu corpo

E que falece em mim sob o sopro dessa tua prece de me ter...

Tento me esquivar mas a tua boca impetuosamente me silencia,

Me fazendo perder todo senso e razão neste nosso jogo alucinante

De domínio e sedução donde perco toda e qualquer noção de ser

Teu peito me prende contra ti, força iminente mas no entanto sutíl,

Enquanto as tuas mãos desnudam lentamente a minha pele,

Botão após botão, a seda caí ao chão num vil suspiro de ousadia,

Mostrando o todo desse corpo infíel que morre no cio da sofreguidão

Baixo a tua boca veementemente bandida que marca o meu sangue,

Ao deslizar lentamente numa estonteante sensação de orgia profana,

Na safadeza e avidez de cada carícia e mordida que se faz simplesmente vadía!

Te imploro, me perco e te choro nesse abismo que em mim provocas,

Tua boca e teu olhar me provando e me desvendando aos poucos

Neste alucinante desejo e prazer que em mim tão meramente invocas,

Atormentando o pleno do meu ser com a promessa do esfomeante gozo

E esse absinto atordoante e carente que me ceifa, me queima e me sacia

Nessa orgia de corpos famintos que se perdem na euforia do sentimento

E desagua finalmente nesse teu grito final que me clama e, ao mesmo tempo nos liberta incondicionalmente!

Salomé

"Um novo Amanhecer 2011"