NAUFRÁGIO A HORIZONTE

Estimulado pelas ondas o barco

avança no mar,

como que puxado por uma corda

de músculos,

atendo-se ao vento,

que as velas enfuna e sacode.

A horizonte tudo é muito maior,

e, a força,

dos homens, é posta à prova,

contra os sibilos

do ar agitado

e dos galgos de espuma salgada.

Agigantam-se no mar profundo,

ondas magnânimas,

doem meus braços no cordame,

tentando

derribar, de vez,

o pano, dos mastros principais.

Rangem as tábuas como dentes,

e a luta é árdua,

enquanto a água entra por todas

as frestas,

rasgando

o tecido, qual as velas são feitas.

Neste momento de iniquidade e

à deriva,

no grande azul, do azul oceânico,

homens,

por demais exaustos,

aguardam que o mar se acalme.

O veleiro já não tem conserto e

os marinheiros,

fazem descer os batéis, subindo,

ordeiramente,

nos salva-vidas,

indo nas nesgas de sol, que atreve.

Há que procurar uma ilha e, aí,

esperar,

que barcos tenham ali passagem,

e os leve a todos,

de regresso

a sua casa, com muito o que contar.

Jorge Humberto

23/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/02/2011
Código do texto: T2810133
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