O LOUCO
O louco saiu à rua,
para ver, se a lua,
tinha cães a ladrar
entre escombros,
de mil assombros,
prá alvura a medrar.
Pareceu ofendido,
o louco descabido,
numa noite assim,
entre fantasmas,
e outros plasmas,
uma lua sem ter fim.
Julgando má Sorte,
ao pelo deu corte,
ficando aí careca;
e a perder a noite,
o frio como açoite,
apontou a Meca.
Rezou baixinho
(estava sozinho),
inaudíveis preces,
que, as pupilas,
ao então senti-las,
de fôlego carece.
(Um segundo louco,
passando à pouco,
sem deixar presença).
Depois de muito orar,
e, de resposta, achar,
findou sua sentença.
A lua, aziaga não é,
da janela ao rodapé,
emana seu clarão,
dando vida à semente,
e à gente diferente,
que pisa neste chão.
Jorge Humberto
20/01/11