Mãe suicida
Que manhã calma de domingo
Que céu límpido, que azul lindo
Hoje tudo é mais belo prá mim
Mas não entendo porque estou assim
Ontem fiz amor tão puro, tão gostoso
Como era grande o carinho do meu esposo
Abracei meu travesseiro suspirando aliviada
Que noite linda, que perfeição
Nunca fui tão amada
Com tanta doçura e tanta paixão
Por isso é que vejo em tudo mais beleza
Parece ter mais brilho e mais esplendor
Que magnífica está a natureza
Que dia encantador
Mas porque estou assim, não consigo entender
Tão romântica, com tanta inspiração
O que irá me acontecer
Estou insegura com essa emoção
Já sei o que farei
Para sair desse estado de euforia
Um cálice forte beberei
E logo virá a calmaria
Cálice digno dos covardes
Transformará esse belo dia
Em trevas e tempestades
Então beberei, tenho sede de morrer
Hum! O gosto é de arrepiar
Sinto meu corpo enrijecer
Ai! Que enjoo, terei que vomitar
Ufa! Coloquei tudo prá fora
Mas não aliviou, sinto tonturas
O que eu farei agora
Minhas vistas estão escuras
Minhas vísceras estão ardendo
Meu pulmão foi bloqueado
Meu Deus eu estou morrendo
Perdoe o meu pecado
Tum Tum Tum...
O que está acontecendo, não consigo respirar
Por que fez isso comigo
Está me faltando o ar
O seu útero era tão quente, agora esfriou
Não sinto mais meu coração
Mãezinha você nos matou
E jamais terás perdão