PIPOCA
Pipoca poca,
gordurinha,
vossoroca,
pena de ganso,
pena de pato,
assim
eu não descanso,
assim eu só me mato.
Que porreta essa
rima de nada com nata
se o leite já desanda
e aqui na minha cama
não tem sol nem tem calor.
Ô meu amor,
sai dessa vida,
atribulada, corroída,
tão corrida, poluída,
de esquentar marmita
em pedra dolomita
e gás sem emoção.
Faz isso não,
o planeta não aguenta,
minha pimentinha cor magenta
meu sarau, meu alimento,
sou teu amo, teu jumento,
sou teu amor em desalento.
Pipoca, nota essa nota
sem respaldo. Esse tom
de quem tá fora como o vento
mas que sabe ser atento
aos porvires do amanhã.