VERSOS/ ESPECTROS
VERSOS-ESPECTROS
Versos escritos quando dormia,
me acordam na madrugada
decadente,
parecem me ler com o olhar,
agudo, oxidante.
Paranóia? Heresia?
Alucinação exasperada,
apenas.
Um incauto instante
de insensatez,
Conflito exterior.
Atrito de personalidades,
Apêgo exarcebado,
Subjetivo amor.
Versos explicítos, em revoada,
De mãos dadas,
Voam soltos,
para o norte magnético,
Bando de ingratos,
almas desgarradas,
sem senso ético,
desleais, pérfidos
comeram no mesmo prato,
onde agora cospem.
Versos inscritos no caos,
apagados da memória,
desbotados, lívidos,
sem nunca existirem,
foram vivos,
numa ilusão que inventei,
Sem história,
Histéricos,
Herméticos,
Homogêneos,
Homônimos,
Sem pátria,
madrasta,
Párias
do sem fim.
[gustavo drummond]