Fotos:Sou bem NORMAL:Dando aulas vestida de rato e de minhoca.



DE POETISA À LOUCA...

Massacro a palavra, o verso, a métrica
Todo dia, toda hora no pensar maníaco
Psicose inspiradora verte como poesia elétrica
Entusiasmo criador do agridoce ao amoníaco

Danço nas hordas da bipolaridade humoral
Claridades brunas aos sóis das meias-noites
Ou negrores ternos na minha aurora boreal
Zig - zagueiam... Cotidianamente são açoites

Um Yin e um Yang tão inversos estrondeiam
Em presença de mios desvairados de Ding e Ling
Nem Dali e Van Gogh profícuos e lúcidos abarcam
A possessiva demência do meu intelectivo King

Se criatividade é ininterruptamente imaginar,
Aquela expressão não dita discorre mais alta
Do que os vocábulos expostos num versejar.
Da entrelinhas, a camuflada realidade salta!

De um fato, eu tenho certeza,
Não pertenço a este mundo
Vivo assim, meio perdida,
Sem saber muito bem a medida
De um viver mais profundo.

Meus atos muitas e muitas vezes
Não condizem com a realidade.
Penso, ajo com naturalidade,
Mas não é minha normalidade!
Sou mais um caso de inadequação!

Não! Não estou solita no universo.
Há outros que se parecem a mim!
Bem mais fácil é de se encontrar
Procure em nuvens de céu carmim
Lá estaremos a harpas tocar.

Ser normal traduz-se por ação sem efeito
Contrariando da Física o rígido jargão:
“De mesmo efeito e sentido contrário,
A toda ação corresponde uma reação".
Nego mil vezes este imaginário!

Sou maluca, doida, enlouquecida...
Desenho olhos na chuva e no vento.
Pinto sóis em preto e branco, só de ida...
E na volta, exijo tê-los em arco-íris,
A dar a mim, todo meu provento!

Ah! Este cosmos... Correto, regrado,
Como no Cálculo, dois e dois são quatro!
Eu como louca, alucinada... Brinco...
Dois mais dois para mim são cinco!
Eu navego... Viajo... E nunca sinto...

Busco no lume fluorescente das estrelas,
Uma fuga literal ao meu desajuste.
Só os poetas conseguem sabê-las
Como fruto supremo da inconstância.
Assumo... Confirmo... Custe o que custe!

Sou louca voraz e maluca capaz!
Meu genoma não foi ainda descoberto,
Faço versos sem muito sentido
Ignoro a métrica... Deixo tudo em aberto
Não busco nada que seja finito! 




 Chocado Mote 03/05/10: POSSESSIVA LOUCURA,Poesia On-Line,Fórum do Recanto das Letras

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