POESIA COM CABIMENTO
POESIA COM CABIMENTO
Meu verso cabe em qualquer papel,
de pão, vegetal , de jornal.
Se sente bem em qualquer canto,
da sala de ausência.
nem tão ácido como, o muriático,
nem doce como mel.
tempero-o com orégano e sal,
dose de sorriso, gotas de pranto,
indefinida consistência,
temeráriamente articu-
lado.
simples, sem ser simplório,
simplismo talvez.
Cabe na gaveta de traças,
Nos arquivos semi-vivos,
bancos de praças,
na aridez
do desgosto,
no ativo
do balanço
anual.
na superstição de agosto,
na conjetura atual;
tem cabimento
em pouco espaço,
armários de aço,
no bolso da calça jeans,
na bolsa de Londres,
e afins.
Meu verso tem cabimento; agora
cabe...
amanhã...
Quem sabe?...
[gustavo drummond]