VENHO DE LONGE
Meu bem.
Nem sei bem de onde venho.
Nem se tenho pedigree.
Agredi o tempo com palavras vãs.
Agora vivo perdido a me encontrar
em divãs.
Analistas, anarquistas, apocalípticos.
Naturalistas, me vêem pelado.
Elípticos meus atos de normal.
De mão no bolso, busco moedas.
É pouco. Não satisfaço a fome de ser.
Fatal, venho de longe.
Mas meu mundo é logo aqui.
O pecado mora ao lado.
E o carteiro não me encontra.
Nunca!