VENHO DE LONGE

Meu bem.

Nem sei bem de onde venho.

Nem se tenho pedigree.

Agredi o tempo com palavras vãs.

Agora vivo perdido a me encontrar

em divãs.

Analistas, anarquistas, apocalípticos.

Naturalistas, me vêem pelado.

Elípticos meus atos de normal.

De mão no bolso, busco moedas.

É pouco. Não satisfaço a fome de ser.

Fatal, venho de longe.

Mas meu mundo é logo aqui.

O pecado mora ao lado.

E o carteiro não me encontra.

Nunca!

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 25/03/2010
Código do texto: T2158908
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