Só para loucos
Me azucrina o mundo e a alma fica só
Nenhuma palma me alivia
Todo elogio subestimo
Meu corpo ficou oco
Um templo vazio me habita
Toda as portas abertas
Nenhuma delas entro
Olho todas a placas
e não há aquela que procuro
a do lobo da estepe:
“Só para loucos”
Todas as vertentes se encontram à frente
Retornam ao mesmo leito
Só eu fico dividido
Não encontro a vereda
Não cedo
Embora a sede me aperte e seja tarde
Não quero qualquer uma qualquer canto
A música fácil dos otários
Quero aquela que desacata
Que destelhe
Que retumbe
Que desarrume as prateleiras
Que derrube muralhas como em Jericó
Não quero o pároco o síndico os cínicos todos
Me ajeito no meu inquieto
Estou no deserto e é só
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inspirado em Retumbos, de NajahDL