Arvore dos Parasitas
Desconectar da alma essa alma
Desconectar da lama essa lama
Fugir do paradoxo existente.
Desconectar do muro esse muro
Desconectar do rumo esse rumo
Fugir daquele instante onde não existo agora.
Desconectar do mundo esse mundo
Desconectar do olhos esses olhos
Fugir da caminhada antes que me caleje.
-As mãos cansadas de frio, as mãos cansadas de frio!
-Os pés que não voltam para lá, os pés já não querem estar lá!
Dissipar no ar aquele ar
Dissipar no mar aquele lar
Voar por entre as casas destelhadas.
Dissipar no chão aquele chão
Dissipar no escuro a escuridão
Voar por entre escadas infinitas.
-Encher a boca de café e ouvir o estampido do calor calar minha saliva!
-Encher a boca de sabão e ouvir o borbulhar das bolhas limpando minhas palavras!
Olhar para mim, desconectar e me deixar cair sobre este calcanhar esquerdo, ou talvez para dentro dos meus sapatos e antes que brote novas penas em minhas asas, ficarei fruto no ultimo galho da arvore dos parasitas.