DE ARMA EM PUNHO
De arma em punho, atirei no acaso.
E por acaso mesmo, acertei no futuro.
O sangue do tempo escorreu por entre
anos animais.
E o gemido do vento que passava
tresloucado em busca do espaço,
se fazia ouvir por todo o além.
Então, rápido, chegaram os juízes.
Aqueles das grandes causas.
E disseram que eu matava o tempo à toa.
Que precisava me ocupar com coisas chulas.
Que eu montasse uma banca na feira ou
fosse escrever poesias pra vender.
Minhas poesias não vendo! Só vendo a cara deles!
Foram me julgando, como todo mundo faz,
quando não tem o que fazer.
Recolhi minh'arma e desalmei o espírito.
Puxa! Foi mesmo uma experiência e tanto!