EM SILÊNCIO ESCUTEI-ME
Meu sossego não é maior;
Minha paz de espírito,
Não se enobreceu;
Minha raiva não tem inimigo,
Ou amigo;
Meu lamento não tem ofensa;
Meu choro fica comigo;
Minha distância é de mim;
Minhas desculpas,
São só isso;
Meu comportamento define-me;
Meu calar diz-me em silêncio,
O que a falar não consigo dizer;
Minha Ironia,
É escárnio de mim mesmo;
Meu amor é cru;
Meu desejo sabe-lo tu;
Meu ganho,
É pouco mais que nada,
Que ao nada foi buscar;
Minha espera não tem chegar;
Minha pressa anda perdida;
Meu saber se dissipa
Nos livros que ainda não li;
Minha simulação,
São braços estendidos,
Que a mentira fica só com os ofendidos;
Meus versos
São reversos, inversos,
Que nos versos se revezam;
E quando a noite chegar,
Com certeza eu vou lá estar.
Jorge Humberto
(00:39/Abril/30/03)