VÍCIO E SUPLÍCIO

VÍCIO E SUPLÍCIO

Noite de luar me observando e enfeitiçando

Seu suave e terno manto a me desarmar,

E me elevando ao seu encanto transcendal,

Na plenitude e sensualidade duma carícia

Por ser doada na completa servitude carnal

Da síngela ingenuidade dum beijo roubado

Teu nome!.. loucamente me escravizando

No abandono dessa vã e fantasiada virtude

Que jamais foi minha no desejado pecado

Desse teu leve afago aqui a me desnudar,

Que me proscreve a te amar e a te desejar

E se atreve a desvendar a minha intimidade

Sou escrava do amor desse meu dono e senhor

Que sigo e me aquece no calor dessa insanidade,

Que te persegue entre as ondas do eterno ardor

E em sua sentida saudade, te molda e te sonha

No fogo arrebatador das tuas carícias a me domar

E no delírio do nosso amar sem jamais poder parar

Sob a luz da lua, meu corpo por ti se despe e se reveste

Das tuas maõs suaves que em mim falecem em vício,

Tua boca beijando, acariciando cada pedaço de pele nua

Enquanto derramas o teu calíce em mim em pleno suplício,

Sensualmente, carnalmente, me levando a te conceder

Nesse desejo que em nós é intensa fonte de puro prazer

No branco do luar, somos o ardente deserto em pranto,

Nosso absinto se derramando em seu sacrossanto liquído

No silêncio ofegante do oceano lentamente se dilacerando,

Implacávelmente se entregando, desaguando e afundando

Nas entranhas do libertino calor que em sua devassa dor

Explode e logo naufraga nas chamas do nosso eterno amor.

Salomé

Ess. "Devoção e Emoção" 2009 Copyrighted

(Vicío e Suplício II)

Salomé
Enviado por Salomé em 20/05/2009
Código do texto: T1605151
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