Labirinto

O marmore frio reluz sob o sol,

Duro mas macio ao mesmo tempo,

Nesse brilho ofegante que te seduz

E no seu manto virgem, puro e branco

Labirinto chamando o teu nome,

Sussurando, seduzindo e atiçando

Sem a necessidade dum pronome

Para esta toxidade aqui despertando

O domínio do verso ao inverso,

Prometendo saciar essa tua fome,

E querendo te tirar do teu conforme

Para te iniciar no segredo do prazer

A taça do vinho transbordando,

Te convidando a beber do seu enredo,

Aplacando essa tua insaciante sede

E te aprisonando na sua suprema rede

Visões provocando mil e uma sensação

Ao entrar neste labirinto donde a paixão

Se hospeda sob o véu da alucinação,

Te espiando e esperando a tua queda

A loucura e gosto do meu beijo,

Medindo a tua tortura na minha doçura,

Nessa boca orvalhadando de desejo e te

enfeitiçando com minha mais suave ternura

Meu corpo descartando a sua nudez

Sob o artifício dessa canção que te atiça,

Te levando de encontro ao meu feitiço,

Para te render e entregar aos meus pés

Sou Musa de canção e de toda estação,

Senhora da emoção e Sina do teu coração

Mas nunca serei um sonho, nem uma ilusão,

Apenas a tua morfina e ultima glorificação.

Salomé

"Vício e Suplício" Copyrighted to KMS/2009

Salomé
Enviado por Salomé em 10/03/2009
Reeditado em 12/03/2009
Código do texto: T1479815
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