Recordações de um sonho
Ao cair a noite,
Tú surgistes em meio a névoa,
Como que por magia;
E do toque de suas mãos
-luva da película mais fina e perfumada-
Nasceu o arrepio,
Esse que cobre o pelo de meu peito vazio,
E as aguas que inundam
o espelho d'água, que são os meus olhos fitos em tí;
A noite é intenssa,
E em seu caminhar em minha direção
Reflexos desse espelho - mixto de desejo e admiraçao-
Meus olhos fazem o alvo
Para os disparos de meu coração;
Eu era a pista de pouso
para seu corpo coberto por sombras
Curvas e contornos;
Todo o nú de teu corpo
Envolvia-se na névoa de minha tormenta...
Dosavamos uma mistura de realidade e fantâsia,
sobre o chão que o suor
Com gotículas recobria...
Sussuros e gemidos era tudo
O que se ouvia...
Teu corpo nú, na moldura de minha cama,
Era a tela pintada com as tintas
Que , quando da fusão de dois corpos,
Emergem da chama;
Emparelhava-se meu peito ao seu,
transformando gritos,
Em dizeres ofegantes;
Dislisando tênue, do ouvido ao coração,
Feito nossos corpos,
imersos nessa penetração;
Derrepente, estavamos face a face,
Tu de pé, resvalando nos desejos de outrem,
Eu, de alma ajoelhada frente a seu coração de pedra;
Predadora de desejos,
Ninfa de meus sonhos, sonhados baixinho,
Depois de tela tocado o corpo macio,
Vejo-a trás névoa,
Indo de mancinho...
Indo...indo...sumindo...indo...
Pachu.
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