ODE AO ALCOÓLATRA

Como é desesperador

Quando o copo chega ao fim...

Não o azul do Serafim

Nem o comprido do Tadeu

Não o deles, e sim o meu!

Vem a raiva passageira,

E uma febre inconstante

Por fim a respiração arfante

Vem tomar conta de mim

Não o deles, e o meu sim!

E o garçom jovem atleta

Que nesse bar velho e imundo

Servia-me a cada segundo

E agora demora meses

O meu sim, e não o deles!

Cada parte do meu corpo

Tenta expressar sua revolta

E o meu pulmão alcoólatra

Dificulta minha respiração

O meu sim, e o deles não!

E quando não suporto mais

O tempo que já se desfez

Tomo dois de uma só vez

Enfim o meu corpo bebeu!

Sim, do deles, não do meu!

(20/10/2005)

Josadarck
Enviado por Josadarck em 02/01/2008
Reeditado em 08/03/2009
Código do texto: T800149
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