ODE AO ALCOÓLATRA
Como é desesperador
Quando o copo chega ao fim...
Não o azul do Serafim
Nem o comprido do Tadeu
Não o deles, e sim o meu!
Vem a raiva passageira,
E uma febre inconstante
Por fim a respiração arfante
Vem tomar conta de mim
Não o deles, e o meu sim!
E o garçom jovem atleta
Que nesse bar velho e imundo
Servia-me a cada segundo
E agora demora meses
O meu sim, e não o deles!
Cada parte do meu corpo
Tenta expressar sua revolta
E o meu pulmão alcoólatra
Dificulta minha respiração
O meu sim, e o deles não!
E quando não suporto mais
O tempo que já se desfez
Tomo dois de uma só vez
Enfim o meu corpo bebeu!
Sim, do deles, não do meu!
(20/10/2005)