DELÍRIOS

Ponho as cartas sob a mesa

Um homem nunca se emociona

Andei de carro por Veneza

e fiz amor com a Madonna.

Revolução! Revolução!

A profissão exige ética

Vamos manter a união

mesmo que seja soviética

Vá devagar, não seja lento

Nunca foi tarde para amar

Sexo só após casamento

Sexta treze, dia de azar.

Quem espera sempre aborta

Engulo facas, sou faquir

A virgindade não importa

É proibido proibir

O meio ao homem corrói

Pecado tem doce sabor

Caxias foi nosso herói

e o Cabral descobridor.

Fidelidade é doença

Pobre em constante regime

Ser criminoso não compensa

Discordar agora é crime.

A paz reinará com certeza

Há Carnaval em Barcelona

Ricos não sofrem de avareza

A dor prazer nos proporciona.

21/09/1991