DILEMAS
10.02.2021
Os primeiros suspiros da madrugada fazem entrar uma brisa gostosa pela janela.
Em frente à tela de um computador, já entorpecido pelos efeitos do álcool, que devora meus sentidos com seus efeitos iniciais, tento demonstra com palavras o que sinto agora.
Um vazio?
Uma saudade?
Um misto de desejo e perda?
Não sei!
Sei que existo.
Apenas por escrever.
Por ainda ser capaz de articular as palavras.
Apenas por distinguir o que leio.
O que sai do que sofregamente digito.
Apenas pelos sinais vermelhos que apontam os erros.
Fico lembrando daquele poeta francês que dizem ser o que mais se aproxima do meu estilo.
Paul Gerard?
É esse mesmo?
Pode ser!
Uma vez alguém, num passado longínquo,
Numa dessas conversas loucas pelos chats da vida,
Alguém do qual nem lembro o nome,
Mas sei que bem graduada em letras, me disse o nome.
Nunca esqueci.
Paul Gerárd.
Grafo melhor agora.
Com acento.
Tão romântico e sonhador,
Tão ridículo e deslocado como eu.
Amante, bom amante ou se achando bom amante como eu.
Eis a dúvida cruel.
Elas gostam?
Sei lá!
Li em algum lugar que o sexo não é prioridade às mulheres.
A admiração é prioridade.
Estou ralado!
Como um poeta, romântico e ridículo pode ser admirado em pleno Século XXI?
Já não a quero, eu sei.
Mas talvez a queira.
Diria Neruda.
O problema é que eu a quero.
Problema?
Ou solução?