Eclipse solar , animais em pânico

Ali na mata encantada

Muitos bichos viviam

Muita coisa era compartilhada

E em quase tudo se entendiam.

Quando o sol nascia soberano

Dava um espetáculo de luz e cor

E nas madrugadas o galo Galeano

Honrava seu dom natural de cantor.

A dona Coruja no por do sol

Voava ligeira para seu abrigo

Se vacilasse como enxergava pouco

Estaria certamente em grande perigo.

A ave Curiango também se cuidava

A noite comida e uma paquera caçava

Mas quando percebia que o dia raiva

Saiu bem rápido e lugar seguro procurava.

Mas naquele dia algo estava estranho

O sol não apareceu como de costume

O alvoroço entre a bicharada foi tamanho

Que até mudou o rumo dos peixes em cardume.

Dona Tartaruga que sai cedo para trabalhar

Achou que acordara cedo por demais

E sem muito hesitar ou lamentar

Mudou o rumo e se dirigiu para trás.

Exclamou que estava andando devagar

Certamente devido a sua idade

Pois acabou de sair do seu lar

E teve que voltar por crueldade.

Dona Coruja, pobre coitada

Nem sequer conseguiu dormir

Um tanto cansada e revoltada

Sua caçada teve que seguir.

O Tatu como de costume do buraco saiu

Olhou para seu relógio marcador

E sem entender nada reclamou e sorriu

Será que isso é maldição meu Senhor?!

Todas da mata encantada

Estavam muito assustados

Mas logo voltou o sol

E o dia a dia foi continuado.