CALOTE

Seu Zé, pendura
Segura
A coisa tá dura
No bolso só fundura

Uma garapa
E um bolinho de arroz
Pago quando voltar da Lapa
Amanhã ou um pouco depois

Bebe e come
De tudo consome
Bem sabe meu nome
Cara de pau não paga e some

Bom de lábia malandro de arraia
Me lasco no trabalho e ele na praia
Eu e os sacos de batata, ele na gandaia
Sai pra lá, conheço bem sua laia

Papo lá, papo cá e vem mais um bote
Se serve d'um pernil de capote
Brejas geladas à lote
E eu tomo mais um calote

 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 11/11/2017
Código do texto: T6168729
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