Azarando
Um gato preto cruzou o meu caminho
e eu indisfarçadamente o atropelei
para afastar o azar que me rondava...
Azar o meu! Tão distraído
e tão sabido do poder da vida e morte
não vi passar também pelo caminho
a defensora dos direitos animais...
Gorda e sebenta (e sem amores)
clamou por São Francisco
e me mandou para o quinto dos infernos...
Segui pela avenida, indiferente,
às massas disformes de mulher e gato;
e em contrição eu disse: Amém!