COISAS DIFICIL DE VÊ

Nunca vi nem vi dizer

Que se visse nada disso:

O tal do chá de sumiço

Você pagar pra não vê

Pagar conta sem poder

O pingo do meio dia

O sal saigá como pia

A tal da Boca da Noite

Nem morto levar açoite

Nem vaca velha ser novilha.

Eu já vi estripulia

Estória de todo o canto

Mais o milagre do Santo

Que acontece na luz do dia

Pra ateu se convencer

Você morre e nunca vê!

Nem ninguém sabe ou indica

Os Quatro cantos do mundo!

Eu já bati mundos e fundos

E ninguém me deu a dica

Do Meio do Mundo onde fica

Nem as Profundezas do fundo.

O tal do sono profundo

Não tem quem meça a fundura

Eu não sei de qual altura

Se vê coração com fundo

Eu nunca vi nesse mundo:

Escada pra ir pro céu

Nem Santo usando chapéu

Nem corda de coração

Nem doido usando razão

E eu nunca vi Lua-de-mel.

Nunca vi padre em bordel

Nem vi revólver sem cano

Eu nunca vi um cigano

Que não goste de uma dança

Eu nunca esperança

Valer menos que um grilo

Formiga tirar cochilo

É coisa que não se vê

E pode ser e pode não ser

Que um doido fique tranqüilo.

Eu nunca vi o estilo

Que a mulher se torne gata

Nunca vi usar gravata

Individuo sem pescoço

Nunca vi fazer esboço

Pra poder se dar um traço

Nunca vi se marcar passo

Por dentro de coração

E o tal do enterro de anão

Pra se vê é um fracasso.

Nunca vi papo ser laço

Que possa laçar ninguém

Nunca vi linha de trem

Servir pra fazer croxé

Nem merda virar boné

Nunca vi chifre de corno

Nem quem morrer ter retorno

Nem raça ser vira-lata

Nem pinto enjeitar barata

Nem justo aceitar suborno.

Quem toma um café morno

Nunca vi dizer que presta

Eu nunca vi se fazer festa

Quando se perde o que tem

Nem quando se perde alguém

Tal fato eu não vi se dá

No tal do doido de asilo

Ninguém nele acreditar

Nem tonelada ficar

Por causa de meio quilo.

Nunca vi asa de esquilo

Nem vento de fazer cama

Nem vi gato usar pijama

Nem choro de crocodilo

Nunca vi guardar sigilo

O safado cabueta

Nem gelo que não derreta

Nem rio de leite que corra

Nem de véspera, alguém que morra

Nem anjo tocar trombeta.

Nunca vi botar gaveta

Em caixão para defunto

Eu nunca vi nem o assunto

Cristo perder pro Capeta

Nunca vi usar moleta

O aleijado sem braço

Eu nunca vi nesse mundo

O tal do poço sem fundo

E eu nunca vi nervo de aço.

Já vi o tal de compasso

Fazer a roda pequena

Já vi tomar cibalena

No lugar de cibazol

Mais nunca vi roda maior

Passar dentro da pequena

Nem nunca vi uma cena

Desses versos qüiproquó

Isso é só pra fazer rima

Para laranja virar lima

Na volta de eu anzol.

Thiago Alves Poeta
Enviado por Thiago Alves Poeta em 26/01/2015
Código do texto: T5114404
Classificação de conteúdo: seguro